quinta-feira, 10 de julho de 2008

Todos têm seus problemas

"[...] jornal é como a vida: continua, continua sempre e a gente tem de ir virando as folhas, como se vira a folhinha do calendário cada dia, cada mês e cada ano." (Tereza Quadros/Clarice Lispector, Comício, 22/8/1952)
Clarice Lispector, assim como todas as pessoas, tinha seus problemas. A ficcionista, por necessidade financeira, precisou manter colunas femininas em diferentes periódicos da época para poder sustentar a si própria e a seus filhos. Para isso, a autora utilizava pseudônimos e falava sobre tudo aquilo que, para ela, era fútil: beleza, moda e comportamento.
Com medo da reação do "grande público", como ela mesma chamava seus leitores, ela precisou arquitetar soluções para superar este conflito entre dinheiro e vontade.
Quando Clarice ingressou na carreira jornalística, era mínimo o número de mulheres que exerciam uma profissão, e nossa escritora foi logo se colocar em um meio tão masculino: uma redação de jornal. E foi ali, cercada de homens de todos os tipos, que Clarice se descobriu, mais uma vez, mulher.

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